“TIRA A TESOURA DA MÃO!” – este era um dos brados ressonantes nas bocas dos manifestantes que se levantaram contra as novas tesouradas impostas sobre os recursos da educação pelo Coiso. Será a nova edição do “Tsunami da Educação” começando a tomar corpo nas ruas do país? A julgar pelos agitos cívicos desta quinta-feira, 09 de Junho de 2022, é possível que estejamos sim diante dos primeiros escarcéus de uma nova maré de rebeldia contra o desgoverno de Jair, o Genocida – e tendo o campo da educação como vanguarda.
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Recentemente, o governo federal decretou bloqueio de 14,5% do orçamento para a rede federal de educação (saiba mais no portal G1), o que inviabiliza o pleno funcionamento das Ifes e exacerba o estado de precarização e desmonte que é marca do neoliberalismo autoritário e necrofílico de Bolsonaro, Guedes e caterva. A medida é também uma afronta às políticas de assistência estudantil, de permanência e êxito, de bolsas de pesquisa e alimentação, dentre outras.
Em oposição a esta medida, que vem somar-se aos efeitos nefastos da PEC 95 – através do qual o mesmo Congresso que desferiu o golpeachment aprovou 20 anos de congelamento nos gastos públicos -, um significativo número de estudantes, professores e servidores técnico-administrativos realizaram protesto nas ruas de Goiânia no fim da tarde de 09/06, com concentração na Praça Universitária e ruidosa passeata que atravessou a Av. Anhanguera e foi até o monumento ao bandeirante.
O ato contou com a participação da estudantada da UFG, da UEG, do IFG, do IF Goiano, além de secundaristas, mobilizados através das entidades representativas (como UNE, UBES, ANPG, UEE, dentre outras), e também pelos DCEs, CAs, movimentos sociais (como MEP e MUP) e partidos (PCB, PSOL, PT, UP, dentre outros, marcaram presença). Com apoio de Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e de várias entidades sindicais, o ato também serviu para “reforçar a posição contrária das entidades estudantis em relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 206, que prevê a cobrança de mensalidades nas universidades públicas” (Leia mais em Brasil de Fato)
Palavras de ordem como “Trabalhador, preste atenção: o Bolsonaro só governa pra patrão!” e “quero estudar pra ser inteligente porque de burro já basta o presidente!” ressoaram pelo centro goianiense na hora do rush. Nos cartazes, os manifestantes expressavam indignação diante das novas truculências do desgoverno mal-educado através de frases como “Tira a Mão da Federal”, “Educação Não É Mercadoria”, “Por um IFG Popular” e “Por uma Escola Livre de Opressões”, dentre muitos outros.
Bradando pelas avenidas, com falas contundentes sendo lançadas aos ares pelo carro-de-som, os que resistem contra a destruição da educação pública brasileira apontaram: “eles tem medo do conhecimento” e “esse país tá no abismo, a solução é construir o socialismo!”, para citar mais dois cartazes que se destacaram nesta ocasião.
A reportagem de Brasil de Fato ouviu a presidenta da UNE, que assim se manifestou: “Esse corte é especialmente perverso porque além de inviabilizar que as instituições federais de ensino superior continuem funcionando, ainda afeta os estudantes mais vulneráveis, que precisam de auxílio de permanência para continuar os estudos”, destacou a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz.
Um novo ciclo de lutas se abre neste país desgovernado pela extrema-direita mortífera. Após a catastrófica gestão da pandemia, em que sua criminosa irresponsabilidade acarretou mais de 400.000 mortes evitáveis (de acordo com a avaliação de Pedro Hallal apresentada à CPI da covid no Senado Federal), Jair Bolsonaro pensa que pode atacar as Ifes impunemente enquanto 33 milhões de cidadãos passam fome e os preços dos combustíveis seguem em alturas estratosféricas. No entanto, tudo indica que estudantes, professores e servidores da educação pública Brasil afora estão dispostos a colocarem seus corpos-em-aliança para afrontar e confrontar a “República das Milícias” e o Coiso que a chefia.
Como não poderia deixar de ser, A Casa de Vidro Ponto de Cultura e CMI segue acompanhando os acontecimentos e realizando trabalho fotojornalístico e documental que dá sequência ao projeto TSUNAMI DA BALBÚRDIA. Salvo engano, o filme longa-metragem que lançamos em 2021, “HOJE A AULA É NA RUA” (assista em https://acasadevidro.com/aulanarua/), com recursos da Lei Aldir Blanc, é o único filme brasileiro de fôlego a retratar os levantes do primeiro semestre de 2019 que foram batizados de “Tsunamis da Educação” e que agoram ameaçam reacender. Não faltam faíscas.
Esperem de nós tudo, menos o silêncio. Enquanto o gado bestializado por fake news come o capim da pastagem fascista, estamos na luta, neste momento crítico, para partejar uma realidade alternativa e varrer da história este sintoma mórbido do capitalismo em estado de necrose que é o bolsonarismo e a parcela da população que ainda se presta ao desserviço de apoia-lo. Agora, nossa missão histórica é fazer com que a tesoura esta em mãos cidadãs e radicalmente democráticas, resolutas e insubmissas, prontas a decapitar e cortar pela raiz o regime ilegítimo e criminoso de Bolsonaro, que temos por tarefa urgente derrotar nas urnas, nas ruas e nas redes no ciclo de duras lutas que se avizinha.
Fotos: Guilherme Martins
Texto e vídeos: Eduardo Carli
A Casa de Vidro CMI
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Publicado em: 11/06/22
De autoria: Eduardo Carli de Moraes
A Casa de Vidro Ponto de Cultura e Centro de Mídia